CONSTRUINDO O MÊS DA CONSCIÊNCIA NEGRA
PROJETO
Tema: África de todos nós
Lema: Educação, ética e etnia – as bases da cidadania.
Duração: um mês.
Característica: Projeto interdisciplinar, envolvendo História, Língua Portuguesa e Geografia.
Objetivos:
- Valorizar a cultura negra e seus afro-descendentes e afro-brasileiros, na escola e na sociedade;
- Redescobrir a cultura negra, embranquecida pelo tempo;
- Desmitificar a origem dos “voduns” e orixás;
- Trazer á tona, discussões provocantes, para um posicionamento mais crítico frente à realidade social em que vivemos;
- Utilizar recursos visuais da cultura afro e criar, a partir de experimentações visuais e textuais, atualizando-os de acordo com a modernidade.
Metodologia:
- Utilização do livro didático “O jogo da História”, volume 02, 6ª série, da editora Moderna ( pode ser adaptado a todas as séries);
- Estudo de alguns artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos;
- Exibição de vídeos (filmes e documentários): *Navio negreiro na rota dos Orixás”, do Ministério da Educação; “Vista minha pele”, CEERT; “Chico rei”, Globo Vídeo;
- Análise dos poemas de Carolina Maria de Jesus: literatura feminina negra – “Quarto de despejo”, da editora Ática;
- Promover reflexões positivas de reportagens jornalísticas e textos (excertos) da atualidade;
- Audição, análise e ilustração de músicas de compositores atuais e antigos, como por exemplo: “O canto dos escravos”, por Clementina de Jesus; “Todo camburão tem um pouco de navio negreiro”, pelo grupo O Rappa; “O canto da cidade, por Daniela Mercury; “Missa de quilombos” (é o mais difícil de se encontrar, mas dá para adquirir pela Internet), por Milton Nascimento;
- Ilustrações dos trabalhos de Candido Portinari, Emiliano Di Cavalcanti, Jean-Baptiste Debret etc.
Atividades:
- Leitura e análise de alguns artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, fazendo uma comparação entre o antes e o depois do tráfico negreiro e a escravidão no Brasil;
- Verificação dos aspectos históricos e geográficos das linhagens vindas da África para o Brasil e também os das que percorreram o caminho inverso;
- Estudos dos poemas e das músicas, fazendo releituras e transformando-os em ilustrações pedagógicas para uma mostra cultural;
- Desmitificar os orixás e voduns, empregando ilustrações comparativas com as de santos de outras religiões;
- Fazer pesquisa de campo em áreas remanescentes de quilombos, existentes na região ou próximas a ela;
- Realizar pesquisas bibliográficas sobre personagens negros, de ficção e não ficção; sobre alimentação típica, doenças etc.;
- Confeccionar cartazes com fotos, montagens de vídeos, reportagens, cds etc.;
- Realizar brincadeiras e jogos infantis;
- Elaborar gráficos comparativos entre o Brasil e a África, envolvendo aspectos como a alimentação típica, a ocorrência de doenças etc.
Resultados esperados:
- Apropriação de diversos saberes, além da conscientização sobre temas relevantes como legislação, tolerância, direitos e deveres etc.;
- Desenvolvimento de valores – conceitos e procedimentos;
- Apropriação de novas aprendizagens, a partir de reflexões e esclarecimentos sobre outras culturas.
A identidade da criança negra
O trabalho de educação anti-racista deve começar cedo. Na educação Infantil, o primeiro desafio é o entendimento da identidade. A criança negra precisa se ver como negra, aprender a respeitar a imagem que tem de si mesmo e ter modelos que confirmem essa expectativa. Por isso, deve ser cuidadosa a seleção de livros didáticos e de literatura que tenham famílias negras. Se a linguagem do corpo é especialmente destacada nas séries iniciais, por que não apresentar danças africanas, jogos como capoeira e músicas, como samba e maracatu ? Em artes, pode-se trabalhar com máscaras africanas, um dos eixos de ser negro e desmistificar estereótipos da África. Os alunos podem pesquisar curiosidades como, por exemplo, a cultura da Nigéria; podem ainda questionar a realidade do negro no Brasil, partindo das imagens de Jean-Baptiste Debret (1768-1848). Tudo deve ser um contraponto, pois há muita violência contra a criança negra, mas o projeto visa à alegria e à majestade da cultura africana, tudo como deve ser, sem constrangimentos nem equívocos (revista Nova Escola - ed.Nov.2004).
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